Muitas vezes me pergunto, porque quero ser diretor? Não seria mais fácil escrever a história e pronto?
Mas quando você é um diretor as palavras não bastam, falta alguma coisa, voce precisa de ajuda para dar vida aquele texto que é só a base. sendo brega ou poetico a sua alma não se contenta só com os significantes, preciso de algo que de vida a essa estrutura, preciso do ator.
Isso que me move e me faz pensar em ser um diretor.
Hoje no ensaio do curta “A Transferência” tive momentos de medo, pois nem sempre tenho certeza, pois a incerteza que alimenta minha criatividade. Ao ver as duas atrizes atuando eu não sabia o que falar, sabia que elas precisavam de um norte e foi assim que começamos a modificar o ensaio, não em cima do que tínhamos, mas do que não tínhamos. Assim experimentamos, e as coisas foram se ajustando. O diretor precisa ouvir seus atores, saber que são eles que passam o que chamamos de mensagens que para o ator é vida. A cada ensaio aprendo com os atores, aprendo a conhecer meus medos, a entender a sociedade. Penso sempre no ensaio com atores como uma forma de psicanálise, onde na verdade eu sou o paciente. O curta? É apenas uma forma de conhecer um pouco da natureza humana.
Bianca e Fernanda estão me ajudando a dar vida a significantes que não tem significado.
Muitas vezes me pergunto, porque quero ser diretor? 
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"Violador"
No momento estamos ensaiando o roteiro do vídeo "Violador", para quem conhece o estilo da ERD Filmes já pode esperar um curta surreal e com um tom social. é uma comedia que apresenta no seu final um toque social. O vídeo pode ser usado por professores para debater um assunto meio polemico que é o estupro. Estamos tomando todo o cuidado para não parecer que estamos alheios a realidade brasileira sobre o assunto, pelo contrario. Temos consciência e queremos com este vídeo levantar um questionamento em nossos alunos e na sociedade sobre a questão. E claro que colocamos um tom de comedia para sair de nossa realidade.
Os atores escolhidos são Teci e Carolina Sanchi, são ótimos atores que conheci aqui em Pelotas e acho que é o inicio de uma boa parceria. Sao dois estilos completamente diferentes, Teci é o tipo de ator que tenta vivenciar o personagem, entender o seu modo de ser e coloca toda a sua sinergia para que isso aconteça. Já a Carolina é estudante de teatro da UFPel, alem de bonita inteligente e pensa no personagem e não em sua aparência, o que já é um ganho, pois muitas atrizes novas querem um papel para ficar linda e não para interpretar, já Carolina se preocupa com o que o personagem esta pensando e como ele agiria em cada momento. Em função dela tive que mudar o roteiro , duas falas, pois em cima da construção que ela fez, não daria certo aquela fala com o que ela criou da personagem. o que acho importante o diretor ter em mente que devemos auxiliar o ator na adaptação do texto para o real, a encenação.