quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Medo do Diretor

Muitas vezes me pergunto, porque quero ser diretor? 
Não seria mais fácil escrever a história e pronto?
Mas quando você é um diretor as palavras não bastam, falta alguma coisa, voce precisa  de ajuda para dar vida aquele texto que é só a base.  sendo brega ou poetico a sua alma não se contenta só com os significantes, preciso de algo que de vida a essa estrutura, preciso do ator. 
Isso que me move e me faz pensar em ser um diretor. 

Hoje no ensaio do curta “A Transferência” tive momentos de medo, pois nem sempre tenho certeza, pois a incerteza que alimenta minha criatividade. Ao ver as duas atrizes atuando eu não sabia o que falar, sabia que elas precisavam de um norte  e foi assim que começamos a modificar o ensaio, não em cima do que tínhamos, mas do que não tínhamos. Assim experimentamos, e as coisas foram se ajustando. O diretor precisa ouvir seus atores, saber que são eles que passam o que chamamos de mensagens que para o ator é vida. A cada ensaio aprendo com os atores, aprendo a conhecer meus medos, a entender a sociedade. Penso sempre no ensaio com atores como uma forma de psicanálise, onde na verdade eu sou  o paciente. O curta? É apenas uma forma de conhecer um pouco da natureza humana.

 
 

Bianca e Fernanda estão me ajudando a dar vida a significantes que não tem significado.




terça-feira, 25 de outubro de 2011

Respeitar o tempo do ator

Muitos diretores pensam que gravar é só posicionar o ator e falar “gravando”, porém devemos entender que o ator é antes de tudo um ser humano e tem seus medos e manias. Ao fazer uma cena mais intima o diretor deve preservar o ator, respeitar seus limites. Deixar o clima agradável para que o ator diante da câmera , da luz, da equipe possa fazer seu trabalho, se sentindo bem. A pior coisa é um ator contracenando e pensando se a roupa esta curta demais, se o decote esta muito grande etc. como achar este limite? Depende do ator e a sua relação com ele. Acho que eticamente o diretor deve sempre dizer ao ator o que ele deseja fazer e ver se o ator concorda, se vai se sentir bem fazendo.

No nosso curta “Pra Si Mesmo” gravamos a cena da banheira com a Atriz Martha Grill que mais uma vez foi super profissional, preocupada com a cena. Gravamos na pousada Krolow  alem de muito bonita e colorida as pessoas que nos atenderam foram super educadas e prestativas, muito obrigado e parabéns pela hospitalidade.





 Depois mais a noite gravação da Casa da Daniela, que na verdade foi na casa da Carol, diretora de Arte. Mesmo tarde e corrido foi legal ver a equipe reunida, como já tinha gravado no sábado (projeto de extensão de videoclipe) e domingo tambén a tarde quando iniciei a gravação do curta estava muito cansado, mas a equipe me ajudou muito principalmente Maciel, Rogério, Arthur e Monique, sem falar na nossa diretora de Arte sempre atenta aos detalhes, valeu Carol.

Nestas cenas tivemos que mudar alguns planos para aproveitar o espaço. O diretor deve fazer a sua decupagem, mas deve aproveitar e mudar a decupagem caso seja necessário. Nosso amigo TECI estava com problemas de saúde e não pode gravar. Teremos que refazer esta cena depois, mas o que foi feito ficou muito legal! Este curta é um exemplo como a equipe abraçou o projeto e transformou ele em algo muito maior do que eu pensei.




 

Conversando com a atriz Martha sobre as ações de seu personagem. Como estamos realizando uma obra mais intimista a personagem dela não fala quase nada, mas interage com as pessoas com o olhar. O que foi difícil para direção achar o tom do personagem, mas com a ajuda  da atriz conseguimos achar este equilíbrio.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Direção de Atores II


A direção de atores é um momento rico dentro da filmagem. O diretor deve ter em mente que o ator é como um canal, que  pode ter ruídos e assim dificultar a comunicação. Lembrado que, defendo que o ator é o canal
      (Emissor – canal  –   receptor )
      ( Roteiro – Ator – expectador )

Hoje no ensaio do curta :”A Transferência”,  foi  interessante e bom ver o empenho das atrizes Fernanda Heck  e Bianca Barbosa.
Iremos iniciar a decupagem do roteiro usando  semiótica Greimasiana. Tentaremos analisar os planos Narrativos  do roteiro, ou seja,  descobrir o que e como o  roteiro fala . Achando os pontos onde cada personagem vive ou tem a sua junção (ter o que deseja)  e disjunção (não ter o que deseja)  como em cada momento, o ator vive uma junção. E é no roteiro que o diretor e o ator devem tentar entender quem é este personagem, neste momento não de modo psicológico, mas real com base no que está no roteiro.
Em cada CENA estamos debatendo qual a junção e disjunção do macro e no micro, ou seja, o personagem tem um desejo que faz parte do todo, mas tem pequenas fissuras que ele deve realizar, e assim uma parte pode não ter ligação com a outra.  O ator sabendo o que o personagem deseja em cada momento pode então usar de seu conhecimento para criar em cima desta lógica.
O ator ao interpretar usa o hemisfério direito que é alimentado com as informações do hemisfério esquerdo. O ator deve sentir vivenciar o personagem e não apenas falar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bibliotheca Pública Pelotense


 Hoje gravamos na  Bibliotheca Pública Pelotense, o  lugar é lindo. Tentamos aproveitar o espaço  da melhor forma, e funcionou. As atrizes Martha e Buca souberam  aliar a interpretaçaõ ao espaço cenico de forma adequada.
Agradecimento especial a Daniel Silva da Rosa e a toda administração da bilioteca pela ajuda e parceria. 


A locação que não deu certo, tivemos que mudar de lugar em função do sol. 

Tentando aproveitar o espaço e sua arquitetura nos planos .

Martha admirando o lustre


Aproveitando a escada e a sua simetria

Maciel e a preocupação com o som. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Direção de Atores no set

Hoje eu queria falar do papel do diretor no set de filmagem. Claro que não há um padrão, mas estilos. Existem  diretores que estão preocupados com o plano e se grudam no câmera para ficar de olho no vídeo. E há outros que estão preocupados com a interpretação,passando para a equipe de fotografia qual o enquadramento que ele quer, baseado na decupagem de planos, e então o diretor de fotografia e sua equipe “afinam” este quadro. Eu prefiro este grupo, que da mais atenção ao ator e a interpretação do que ao quadro. Sei que há controvérsias, mas são estilos, e na área humana, o certo e definitivo das áreas duras, vira estilo. Confio no meu câmera e diretor de fotografia, ele que tem que se preocupar com os detalhes da imagem, dentro do quadro que eu pedi. Assim eu fico mais tempo junto dos atores  mostrando a eles que sua interpretação está boa, os olhares, modos, fala, tom. Tudo se casa dentro do todo imaginado.
O ator sabe que ele pode seguir vários caminhos na interpretação. O ensaio ajuda a decidir o caminho e no Set  o  diretor tem que mostrar ao ator que o que foi pensado esta sendo feito. O ator muda quando coloca a roupa, liga a luz e vê a câmera e a equipe. Quem não mudaria.
O meu ator é o canal que ira transmitir a informação do roteiro, e é ele que eu tento acalmar, deixar se sentir a vontade para poder criar.  Em uma obra audiovisual, trabalhamos com o hemisfério direito, com a imaginação, o sonho.  Dirigir não é algo lógico, concreto, é algo que não se mensura, mas se sente e se transmite.
 Parabéns ao Teci e a Martha, bom humor e interpretação às 6.50 da manhã, mesmo com o horário de verão!!




A dança, sonho da atriz com a luz entrando em primeiro plano.




Martha sugerindo alguns movimentos para a dança. O diretor deve incentivar que o ator de ideia, pois assim estará estimulando o  hemisfério direito do ator na interpretação.







conversar com os atores. mostrar que você como diretor não tem certeza, que ela só aparecerá com a interpretação deles.














 


Deixando a equipe de fotografia e câmera afinar a imagem dentro do plano pedido. Cinema é uma equipe e o diretor deve confiar na sua equipe. 








Conversando com o Teci que iria dançar em volta da Martha. Cena ridícula, se olharmos pela lógica, mas sensível e linda se olharmos com o hemisfério direito. Se permita sonhar e dividir os seus sonhos com o público. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Direção de atores usando Neurociência


Acredito que a evolução da ciência contribui de forma significativa para entendermos ações que fazemos e nem nos damos conta. Sempre se fala que o teatro trabalha com o sonho, com a imaginação, que o artista é assim, que ele sensibiliza o outro através de seus atos.
Qual de nós ao ver um filme romântico não achamos engraçado ou ate choramos. Outro exemplo você chega em casa  cansado depois de um dia de trabalho e o que vai fazer?Descansar e como faz isso? Liga a TV, ouve música vai na internet ver as fofocas das redes sociais, ou seja,  relaxar é ativar o hemisfério direito (ligado ao sonho) e deixar um pouco de lado o hemisfério esquerdo (ligado a parte lógica da vida).
Na direção de atores vários são os caminhos que podemos seguir e um deles é justamente esse, criar base para que as pessoas possam sonhar, ligar o hemisfério direito. E na direção de atores estou iniciando a direção com neurociência, depois que estruturei a direção de atores usando a semiótica Greimasiana.  Com a direção de atores usando neurociência a idéia é fazer o ator se sensibilizar com as emoções que ele vai passar. Ficando assim sensível com as emoções que vai fazer o outro sentir.
Acredito que o ator sabendo o que se deseja passar, sendo sensibilizado com as emoções do seu hemisfério direito, consegue passar isso.
Como fazemos isso? Fazer o ator entender a emoção que faz o personagem agir.  Como ele usou o hemisfério direito para agir e assim poder criar  sem usar a lógica, mas o sentimento. Achou confuso? Você esta usando o hemisfério esquerdo (lógico) para pensar. Tente pensar de outra forma. Quando você vai encontrar uma futura namorada, uma paquera. Você imagina como vai ser o encontro, ri, sonha e quando a encontra seu olhar passa isso pra ela, seu jeito de fazer as coisas, mesmo que você não fale.  Sensibilizar é isso, fazer a pessoa sentir.
As atrizes Fernanda e Bianca estão neste processo tentando entender e escolhendo a ênfase que desejamos dar as personagens do curta “A Transferência”, pois a vida não é só  amar.





quarta-feira, 12 de outubro de 2011

2 Dia de Gravação do curta "Pra Si Mesmo"

Eu sempre acho tenso e mágico gravar. A adrenalina  de que vai dar tudo errado, os problemas que surgem e você tem que resolver em milésimos de segundo. O enquadramento perfeito que você não pode fazer por algum problema técnico. Enfim...  Nunca é uma rotina.
Hoje adiantamos duas cenas e foi ótimo. O pessoal da agência Incomum  foi  super atencioso.  Obrigado pela ajuda, e por seder o lindo  espaço.
Hoje tivemos no SET as atrizes Hirina Renner, Ana Laura Paiva  e  Sirlei  e a nossa protagonista Martha
Foi bem legal o clima descontraído e leve. Acho que gravação tem que ter esse ar e todos sentirem prazer.
Outro espaço que gravamos foi na Loja TOK  agradeço também a Gerente da Loja Jessica, que perdeu o fim de tarde para nos ajudar na gravação abrindo a loja. Foi bom pois precisávamos de um espaço bonito, elegante e a loja foi muito importante na cena. Colocamos até a Jessica como atriz em uma cena que  no inicio ficou tímida, mas acho que gostou do resultado final.


Loja TOK, além de bonita e organizada  um belo cenário para a filmagem




 Marta assistindo a cena de suas amigas 









 Agencia Incomum cena tranquila, ajustar a luz que deu trabalh



O bom de trabalhar com bons atores é que ajudam a melhorar o texto. Obrigado Meninas






 A minha produção de ouro, Monique e Arthur.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

1 Dia de Gravaçaõ - Pra Si Mesmo

Hoje foi o primeiro dia de gravação do nosso curta "Pra Si Mesmo". Foi muito legal ver a coisa funcionando, saindo do mundo das idéias e tendo vida.
Melhor ainda é contar com uma equipe "pequena" em número, mas grande em qualidade e atenção.
Hoje os atores foram um show a parte,  a atriz  Martha,  além de linda estava  segura na personagem. Em outra cena  tivemos a revelação do dia, o menino Willian, (morador do Sitio Floresta de 9 anos) que brilhou com a atriz Alice.

Direção de Arte (Carol) mas preocupada do que eu com os detalhes.
Jordana e Maciel jogando nas 11 posições e o câmera e diretor de fotografia Rogério Peres, super atencioso e detalhista.


 Martha e o enigma do seu olhar.











 A catedral foi uma escolha muito boa. Linda arquitetura.












Como vocês sabem eu gosto de uma cena cômica e ficou por conta da Alice e do willian, foi ótimo a cena com eles.








Gosto muito essas câmeras DSLR, pois a lente possibilita utilizar a linguagem cinematografica de forma mais ampla.