quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ultimo ensaio - Direção de Atores

















O último ensaio que tivemos do curta "A Transferência" foi bem legal.As atrizes Bianca e Fernanda se divertiram. Apresentei para elas a planta baixa do curta, como será gravado, assim elas podem já ir se preparando para as diversas paradas.
















 Ouvi a opinião delas sobre a linguagem. E fiz questão de agradecer o empenho delas no curta, e a mudança que  as duas apresentaram ao longo destes meses.

















 O primeiro ensaio so tinha fala, agora com as intervenções, conversas e ensaios conseguimos fazer um personagem mais psicológico que vive e não apenas fala.Espero que gostem, pois nos divertimos fazendo até o momento.
   




 








A dança das personagens Bruna e Paula

sábado, 26 de novembro de 2011

Decupagem de direção

Decupagem de Direção e Decupagem de Planos
Como sabemos a área audiovisual (Cinema, TV e Vídeo) é uma prática social e não há regras, apenas ponto de vista. Aqui apresento o meu ponto de vista e da minha experiência audiovisual nestes últimos 10 anos.
tudo começa com o roteiro, quando ele esta fechado chamamos de roteiro literário, pois só há falas e ações, geralmente sem indicações de planos, já que esta é parte do diretor.
O diretor recebe o roteiro literário e transforma em roteiro técnico com a inserção dos planos que devem compor  o filme (como o público vai assistir a obra audiovisual).
Com o roteiro técnico (definição de planos)  o diretor passa para a 2º parte fazer a planta baixa  com as câmeras. O que é isso?
Geralmente desenhamos a planta baixa do espaço com a indicação das coisas principais que tem na casa e em seguida colocamos os planos. Assim com o roteiro decupado com os planos e a planta baixa  o diretor faz a ultima decupagem que é a decupagem de direção unindo os planos com a câmera.  Sei que parece complicado tentarei exemplificar.

Sequência 01 – Cena 01 – Casa Pedro / Int/noite

Pedro sentado lê jornal, ele levanta, coloca o jornal na mesa e pega um café. 
Volta e senta no sofá. 
Olha à hora no relógio e fica sentado. 
Sua filha Bianca chega e Pedro olha para ela e aponta para o relógio


Roteiro  decupado em Planos

Plano geral Pedro lendo jornal
Subjetiva dele vendo o jornal
Plano geral ele levanta e sai de quadro
Plano Médio ele entra em quadro
Detalhe pegando um café
Plano geral volta e senta no sofá
Plano médio dele
Subjetiva dele vendo o relógio
Plano geral porta se abre
Plano Médio Pedro olhando
Close Pedro
Plano geral Pedro aponta o relógio
Plano médio filha com cara chateada

Depois que coloquei os planos colocamos agora as câmeras que vão realizar estes planos

Planta Baixa

Repare que a planta baixa apresenta apenas o espaço e a movimentação dos atores. 
 Analisando a Planta baixa com a decupagem de Planos o diretor então organiza o que cada câmera vai gravar







 
Agora o diretor começa a colocar as camera onde ele acha que vai ser melhor enquadrado. 

 Decupagem de Câmera
1 - Plano geral Pedro lendo jornal
2 - Subjetiva dele vendo o jornal
1 - Plano geral ele levanta e sai de quadro
3 – Plano Médio ele entra em quadro
4 - Detalhe pegando um café
1 - Plano geral volta e senta no sofá
1 - Plano médio dele
2 - Subjetiva dele vendo o relógio
5 - Plano geral porta se abre
1 - Plano Médio Pedro olhando
1 - Close Pedro
1 - Plano geral Pedro aponta o relógio
5 - Plano médio filha com cara chateada

Agora posso separar por câmera – Decupagem de Direção

Câmera 1
1 - Plano geral Pedro lendo jornal
1 - Plano geral ele levanta e sai de quadro
1 - Plano geral volta e senta no sofá
1 - Plano médio dele
1 - Plano Médio Pedro olhando
1 - Close Pedro
1 - Plano geral Pedro aponta o relógio

Câmera 2
2 - Subjetiva dele vendo o jornal
2 - Subjetiva dele vendo o relógio


Câmera 3
3 – Plano Médio ele entra em quadro

Câmera 4
4 - Detalhe pegando um café

Câmera 5
5 - Plano geral porta se abre
5 - Plano médio filha com cara chateada


O diretor então com a ajuda do diretor de fotografia escolhe qual câmera começar e então inicia as gravações. Repare que a câmera 1 faz tanto o plano geral como o médio e o close, no caso é realizado a troca da lente ou o zoom.  Há diretores que preferem mudar a câmera de espaço físico, assim seria inserido outra câmera.(estilo/ escolha)
Claro que aqui estou apontando e apresentando um ponto de vista, outros podem ser usados, como falei nossa área é uma prática social e o que não falta são exemplos de outras formas de realizar. Os nomes que apresentei Decupagem de Planos, Decupagem de Câmera, Decupagem de Direção, podem ter outras nomenclaturas, mas o principio básico é  esse.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sensibilizando o ator - Neurociência

Em alguns textos que vocês leram comentei que é melhor dirigir o ator com base na neurociência, ou seja, com a lógica do texto e fazê-lo sentir a personagem com o hemisfério direito.
Como se faz isso? Dialogando e sensibilizando. 


No inicio do ensaio conversamos sobre o que queríamos do curta, o que desejamos que  o espectador deve sentir ao ver o curta. Foi o inicio da sensibilização. 
  Na verdade o diretor entra na lógica apontando indícios da direção e da fala, mas o hemisfério direito é responsabilidade do ator, o diretor pode e deve contribuir. Hoje em nosso ensaio tentei sensibilizar as atrizes apresentando alguns vídeos e mostrando como é importante a criação da atmosfera do filme. Foi legal vê-las compenetradas sentindo os curtas com o hemisfério direito, tentando entender, sentir. 
 Depois conversamos sobre a importância do ator viver a cena, viver a personagem e não apenas falar. Pode parecer que não fizemos nada hoje, e realmente para o hemisfério esquerdo, lógico, não realizamos nada, mas para o Hemisfério direito, imaginação, criatividade, realizamos um trabalho de sensibilização que resultará em uma personagem que vive a cena em vez de simplesmente falar. .

 

Maciel assistindo os curtas ocm Bianca e Fernanda

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Fala e Ação - Criação da Mise en Scene



 O ensaio de hoje foi bem divertido. O Vagner e a Fernanda primeiramente leram a cena e em seguida juntamente com a equipe de produção, conversamos sobre qual seria a melhor forma de fazer a cena. 







A Fernanda tentou algumas ações  já que a personagem dela nesta cena brinca de interpretar e ficou bem legal. Depois da leitura e algumas idéias sobre a mise-en-scène , realizamos  varias ações com idéias do diretor e dos atores, isso já faz diferença na interpretação. Este eu acredito que é o momento onde o diretor, deve agir, não ensinando ninguém a ser ator, mas apresentando opções para o ator poder criar.


 


 Foi legal ver como algumas pequenas mudanças contribuem na interpretação. Lembro de uma fala que era a primeira onde o personagem do Vagner (Henrique) fala e caminha ate Paula, Personagem de Fernanda. A mudança foi que Paula tinha que correr e abraçava Henrique, assim acho que o público pode entender mais a mudança que a personagem fez durante o curta.

 






A ação parece que legitima a fala do corpo e realizar este casamento, é importante para o diretor e mais ainda para o ator. Convide sempre o seu ator a criar a movimentação junto com você. 
Aproveite as ideias dele, pois assim quem acaba ganhando é o público. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sentindo o ensaio com o ator

 Está semana ensaiamos com o Vagner e com a Fernanda. Achei interessante que com o ensaio estava centrado na Fernanda e na Bianca, assim com a entrada do Vagner no ensaio conseguimos dar mais base para o personagem da Fernanda. Descobrimos modos diferentes de passar a informação e mudamos alguns rumos da história criando ações paralelas para dar mais veracidade ao fato, este processo teve inicio com a Bianca no dia anterior.

 
Hoje ensaiando com a Bianca e a Fernanda  percebo as mudanças de personalidade delas, mesmo a Bianca não se sentindo muito diferente (ela e personagem).
Agora faltando duas semanas para a gravação é a hora de desligar o hemisfério esquerdo – lógico e ligar o emocional. O ator terá que vivenciar, sentir o  personagem e não de modo lógico. Estes trabalhos e ensaios ajudam o ator a conhecer o personagem e a prática a liberar juntar a lógica com o emocional.
Libertar o ator do texto, sentir de modo emocional é o que o diretor deve preferir. Texto é lógico sentir é emocional e o que o publico guarda é a emoção que ele sente.
Afinal o que fazemos no audiovisual é trabalhar com as emoções primarias,  sinta, não pense.

sábado, 5 de novembro de 2011

A Mise en scene ajudando a cortar palavras e a sentir o texto

Ontem ensaiamos o Curta “ A Transferência” ensaiamos de uma forma diferente. 
Tentamos ver como a mise en scéne (Movimentação dos atores) pode contribuir para tirar a força do texto.  É importante o ator ter em mente que a fala é organziada pelo pensamento e este pensamento teve alguma influência da  interação que objetivou o mesmo (Psicologia social) ou foi desencadeada por algo genético (Psicologia genética), prefiro trabalhar com a Psicologia social e tentar  entender do meio as ações que levaram a fala, pois para a direção o importante não é a fala, mas por que se fala, o que nos liga neste momento a Fenomenologia que para Husserl o interesse  não é o mundo que existe, mas sim o modo como o conhecimento do mundo se realiza para cada pessoa, no nosos caso cada personagem.
Se o diretor consegue fazer o ator entender o universo do personagem é a hora de cortas as palavras, deixar o corpo falar, o ator usar o seu emocional, assim a comunicação se efetua sem obrigatoriamente ser feito pelo significante palavras e sua junção (C+A+S+A) que é feito pelo hemisfério Esquerdo (lógico), mas o ator passa a sentir e assim sentindo transmite para o público não um significante, mas um significado (emoções) Hemisfério direito.
O difícil é o diretor ter coragem de ver as mudanças e aceitar as idéias, mas deixe o seu canal (ator) usar o corpo para comunicar para o receptor (Público) o que você deseja emitir (Roteiro)